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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O Trajar extravagante e indecoroso


Tornou-se comum certo pensamento disseminado dentro do seio evangélico de que Deus só quer o nosso coração! Seria verdade tal afirmativa? A bíblia possui linguagens figuradas; Quando observamos a ocorrência da palavra coração nos textos sagrados, uma parcela delas traz a ideia de alma (uma das três partes do ser tricotômico). O coração é um órgão vital em nosso organismo, mas é da alma que procedem os sentimentos , na qual consiste a personalidade humana. Mas, e esse pensamento de que Deus quer somente nosso coração, ou seja, nossa alma? Teria embasamento bíblico ou seria uma das muitas filosofias do homem?

Não é preciso ser um exímio estudioso da Palavra para que tal afirmação seja solapada, basta se deparar com os escritos paulinos como: Cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra (I Ts 4.4); porquanto Deus não nos chamou para impureza, e sim para santificação (I Ts 4.7); Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para escravidão da impureza e da maldade para maldade, assim oferecei, agora, para servirem à justiça para a santificação (Rm 6.19); Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como no espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus (2 Co 7.1); E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo, e todo o vosso espírito, alma, e corpo sejam irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (I Ts 5.23).

Percebe-se nos versículos citados acima que a santificação não é circunscrita à alma ou ao espírito, contudo a mesma se concretiza na vida cristã na tripartição do ser humano, a saber: no corpo (gr. sōma), na alma (gr. psychē) e no espírito (gr. pneuma). Porém, o pós-modernismo vem obtendo êxito até dentro dos templos onde é dito adorar um Deus santo, mas o que se vê são pessoas escravas da licenciosidade, libertinagem, luxúria, sensualidade e falta de vergonha na cara! Se antes, muitos templos só se reservavam como passarelas de desfiles, hoje, a realidade é bem mais preocupante, os trajes nesses ambientes, mormente entre as mulheres, descem ao mais baixo nível de pudor e modéstia.

Já não é possível olhar desavergonhada e ingenuamente para um lado e para outro nos estabelecimentos religiosos cristãos evangélicos, pois é bem possível que você peque dentro da própria igreja! É algo aterrador, mas não surreal. O espírito licencioso entrou até dentro das denominações que sempre tiveram posturas e costumes mais rígidos (vale lembrar que usos e costumes se diferem das sãs doutrinas). Não é difícil ver pessoas que se comportam desta maneira na vida cristã cantando um hino como esse: Coroamos a ti, ó Rei Jesus. Adoramos o teu nome nos rendemos aos teus pés. Consagramos todo nosso ser a ti. Consagrar todo ser ao SENHOR é manifestar santidade na alma, no espírito e também no corpo.

Dentre os muitos atributos de Deus podemos destacar aqueles que são comunicáveis, nos quais Deus se relaciona com o homem e se comunica a este.  Segundo a enciclopédia bíblica Wycliffe: “os atributos comunicáveis expressam a imanência (embora Deus seja transcendente, Ele se relaciona com sua criação) de Deus e que são compartilhados, em certa medida, pelas suas criaturas”. A santidade está compreendida nos atributos comunicáveis de Deus e por isso, o apóstolo Pedro cita Levítico, porque está escrito: Sede santos, porque eu sou santo (I Pe 1.16). Pedro também escreve inspirado pelo Espírito Santo no versículo anterior a este citado que: Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver (I Pe 1.15). Em toda vossa maneira de viver não é em algumas, é em toda. O Espírito Santo diz nas Escrituras exatamente o que Ele quer dizer, logo, se o Espírito Santo quisesse dizer “algumas maneiras” Ele teria dito, mas o mesmo inspirou a Pedro a redigir “toda a vossa maneira de viver”.

Nesse contexto se usa versículos mal interpretados e um dos principais diz: sabendo que o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração e conhece todas as coisas (I Jo 4.21). Os hedonistas (hedonismo – prazer a qualquer custo) interpretam esse versículo da seguinte forma: Se o teu coração te condena não se preocupe maior é Deus que não te condenará. A correta interpretação deste versículo é: Se o teu coração te acusa injustamente (a nossa consciência não é infalível) Deus sabe. Se o teu coração te acusa baseado em fatos e evidências Deus também sabe, como a Versão King James: Ele é conhecedor de tudo. Concluímos que é melhor que a sua consciência esteja errada quando te acusar de algo, do contrário, você não sofrerá apenas o juízo de sua consciência, mas terá que prestar contas diante do Justo Juiz.

Os crentes que dizem viver uma vida de santidade, mas não demonstram isso em seus trajes já estão no estado da aselgeia palavra grega que traduz a terceira obra da carne (Gl 5.19) que é transliterada em diferentes versões como sendo: lascívia, libertinagem, devassidão, licenciosidade. Quando a pessoa chega a tal estágio de declínio espiritual como analisa Willian Barclay: “denota o pecado tão aberto e atrevido que deixa de ter a mínima consideração por aquilo que alguém possa pensar, sentir ou dizer”. Ele ainda pondera que tal estado “é completamente indiferente à opinião e a decência pública”. Em momento nenhum me refiro a dogmatismo exacerbado e intolerante, porém ao trabalhar do Espírito Santo que requer diariamente de nós uma vida santa, abnegada e irrepreensível. O apóstolo Paulo recomendou: do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia.

Quando estabelecemos comparações ainda que seja em âmbito secular nos envergonhamos e nos entristecemos. Por exemplo, se nós formos a um Fórum de Justiça não veremos juízes e promotores se vestindo inadequadamente. Diante da televisão não vemos as jornalistas da previsão do tempo com vestes sem decoro. Se diante dos Juízes desta terra não nos apresentamos de qualquer jeito por que nos apresentaremos indecentemente diante do Juiz de toda terra?

Diante de tudo o que foi apresentado, resta-nos finalizar diante de uma emblemática pergunta feita nas redes sociais por um dos meus amigos: A maneira de vestir revela a tendência da alma? A minha resposta foi a seguinte: As nossas igrejas estão abarrotadas de pessoas que pensam que Deus requer apenas o nosso coração, contudo Deus está a procura de homens, mulheres, jovens que conclamam sua palavra, mas que apresentam sinais externos de uma vida santa e abnegada. Joel profetizava: Rasgai os vossos corações e não as vossas vestes. Se os sinais externos não são visíveis é porque o sepulcro por dentro já está em estado de decomposição, e muitos já nem se importam em caiar as fachadas da sepultura. Os sinais externos nem sempre são evidências de uma vida no altar. Mas, uma vida no altar evidencia os sinais na alma, no espírito e por fim, no corpo.

                                                                   Por Esdras Moreira Machado




3 comentários :

  1. Ótimo texto! Parabéns e que Deus continue te abençoando! Além das vestes creio que as mesmas referencias possam ser citadas a respeito de tatuagens.
    Abraço!

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  2. Ótimo texto! Parabéns e que Deus continue te abençoando! Além das vestes creio que as mesmas referencias possam ser citadas a respeito de tatuagens.
    Abraço!

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  3. Também concordo. Nosso corpo é templo do Espírito Santo! Obrigado pelo comentário meu amigo, um abraço.

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