O Trajar extravagante e indecoroso
Tornou-se comum certo pensamento disseminado dentro do seio
evangélico de que Deus só quer o nosso
coração! Seria verdade tal afirmativa? A bíblia possui linguagens figuradas;
Quando observamos a ocorrência da palavra coração
nos textos sagrados, uma parcela
delas traz a ideia de alma (uma das três
partes do ser tricotômico). O coração é um órgão vital em nosso organismo,
mas é da alma que procedem os sentimentos , na qual consiste a personalidade humana.
Mas, e esse pensamento de que Deus quer somente nosso coração, ou seja, nossa
alma? Teria embasamento bíblico ou seria uma das muitas filosofias do homem?
Não é preciso ser um exímio estudioso da Palavra para que
tal afirmação seja solapada, basta se deparar com os escritos paulinos como: Cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra (I Ts 4.4); porquanto Deus não nos chamou para
impureza, e sim para santificação (I Ts 4.7); Falo como
homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para escravidão da impureza e da maldade para maldade, assim oferecei, agora, para servirem à justiça para a santificação (Rm
6.19); Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza,
tanto da carne como no espírito, aperfeiçoando
a nossa santidade no temor de Deus
(2 Co 7.1); E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo, e todo o vosso espírito, alma, e corpo sejam irrepreensíveis
para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (I Ts 5.23).
Percebe-se nos versículos citados acima que a santificação não é circunscrita à alma ou ao espírito, contudo a mesma se concretiza na vida cristã na
tripartição do ser humano, a saber:
no corpo (gr. sōma), na alma (gr. psychē) e no espírito (gr. pneuma). Porém, o pós-modernismo vem obtendo êxito até
dentro dos templos onde é dito adorar um Deus santo, mas o que se vê são pessoas escravas da licenciosidade, libertinagem, luxúria, sensualidade e falta de vergonha
na cara! Se antes, muitos templos só se reservavam como passarelas de
desfiles, hoje, a realidade é bem mais preocupante, os trajes nesses ambientes,
mormente entre as mulheres, descem ao mais baixo nível de pudor e modéstia.
Já não é possível olhar desavergonhada e ingenuamente para
um lado e para outro nos estabelecimentos religiosos cristãos evangélicos, pois
é bem possível que você peque dentro
da própria igreja! É algo aterrador, mas não surreal. O espírito licencioso entrou até dentro das denominações que sempre
tiveram posturas e costumes mais rígidos (vale lembrar que usos e costumes se
diferem das sãs doutrinas). Não é difícil ver pessoas que se comportam desta
maneira na vida cristã cantando um hino como esse: Coroamos a ti, ó Rei Jesus. Adoramos o teu nome nos rendemos aos teus
pés. Consagramos todo nosso ser a
ti. Consagrar todo ser ao SENHOR é
manifestar santidade na alma, no espírito e também no corpo.
Dentre os muitos atributos de Deus podemos destacar aqueles
que são comunicáveis, nos quais Deus
se relaciona com o homem e se comunica a este. Segundo a enciclopédia bíblica Wycliffe: “os atributos
comunicáveis expressam a imanência (embora
Deus seja transcendente, Ele se
relaciona com sua criação) de Deus e
que são compartilhados, em certa medida, pelas suas criaturas”. A santidade está compreendida nos
atributos comunicáveis de Deus e por isso, o apóstolo Pedro cita Levítico, porque está escrito: Sede santos, porque eu sou santo (I Pe 1.16). Pedro também
escreve inspirado pelo Espírito Santo no versículo anterior a este citado que: Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa
maneira de viver (I Pe 1.15). Em toda
vossa maneira de viver não é em algumas,
é em toda. O Espírito Santo diz nas Escrituras exatamente o que Ele quer
dizer, logo, se o Espírito Santo quisesse dizer “algumas maneiras” Ele
teria dito, mas o mesmo inspirou a Pedro a redigir “toda a vossa maneira de viver”.
Nesse contexto se usa versículos mal interpretados e um dos
principais diz: sabendo que o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração e conhece todas as
coisas (I Jo 4.21). Os hedonistas (hedonismo – prazer a qualquer custo)
interpretam esse versículo da seguinte forma: Se o teu coração te condena não
se preocupe maior é Deus que não te condenará. A correta interpretação deste
versículo é: Se o teu coração te
acusa injustamente (a nossa consciência não é infalível) Deus sabe. Se o teu coração te acusa baseado em fatos e
evidências Deus também sabe, como a Versão King James: Ele é conhecedor de tudo. Concluímos
que é melhor que a sua consciência esteja errada quando te acusar de algo, do
contrário, você não sofrerá apenas o juízo de sua consciência, mas terá que
prestar contas diante do Justo Juiz.
Os crentes que dizem viver uma vida de santidade, mas não
demonstram isso em seus trajes já estão no estado da aselgeia palavra grega
que traduz a terceira obra da carne (Gl
5.19) que é transliterada em diferentes versões como sendo: lascívia, libertinagem, devassidão,
licenciosidade. Quando a pessoa chega a tal estágio de declínio espiritual
como analisa Willian Barclay: “denota o
pecado tão aberto e atrevido que deixa de ter a mínima consideração por aquilo
que alguém possa pensar, sentir ou dizer”. Ele ainda pondera que tal estado “é
completamente indiferente à opinião e a
decência pública”. Em momento nenhum me refiro a dogmatismo exacerbado e intolerante, porém ao trabalhar do Espírito
Santo que requer diariamente de nós
uma vida santa, abnegada e
irrepreensível. O apóstolo Paulo recomendou: do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e
modéstia.
Quando estabelecemos comparações ainda que seja em âmbito
secular nos envergonhamos e nos entristecemos. Por exemplo, se nós formos a um
Fórum de Justiça não veremos juízes e promotores se vestindo inadequadamente.
Diante da televisão não vemos as jornalistas da previsão do tempo com vestes
sem decoro. Se diante dos Juízes desta
terra não nos apresentamos de qualquer jeito por que nos apresentaremos
indecentemente diante do Juiz de toda terra?
Diante de tudo o que foi apresentado, resta-nos finalizar
diante de uma emblemática pergunta feita nas redes sociais por um dos meus
amigos: A maneira de vestir revela a tendência da alma? A minha resposta foi a seguinte:
As
nossas igrejas estão abarrotadas de pessoas que pensam que Deus requer apenas o
nosso coração, contudo Deus está a procura de homens, mulheres, jovens que
conclamam sua palavra, mas que apresentam sinais
externos de uma vida santa e abnegada. Joel profetizava: Rasgai os vossos
corações e não as vossas vestes. Se os
sinais externos não são visíveis é porque o sepulcro por dentro já está em
estado de decomposição, e muitos já nem se importam em caiar as fachadas da
sepultura. Os sinais externos nem
sempre são evidências de uma vida no altar. Mas, uma vida no altar evidencia os
sinais na alma, no espírito e por fim, no corpo.
Por Esdras Moreira Machado
Por Esdras Moreira Machado
Ótimo texto! Parabéns e que Deus continue te abençoando! Além das vestes creio que as mesmas referencias possam ser citadas a respeito de tatuagens.
ResponderExcluirAbraço!
Ótimo texto! Parabéns e que Deus continue te abençoando! Além das vestes creio que as mesmas referencias possam ser citadas a respeito de tatuagens.
ResponderExcluirAbraço!
Também concordo. Nosso corpo é templo do Espírito Santo! Obrigado pelo comentário meu amigo, um abraço.
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