Amuletos de uma fé insana e espúria
Tornou-se
comum no meio evangélico a presença de objetos que são tratados pelas pessoas
como amuletos. Mas afinal, o que é um amuleto? Segundo o dicionário amuleto é
um objeto que alguém leva consigo por superstição, para se preservar de
perigos, doenças etc. A fé, como diz
o escritor aos Hebreus, é o firme
fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem
(Hb. 11.1); ora, se essa é a definição de fé, é perceptível que ela tenha sido
adulterada e esteja sendo constantemente
materializada por diversas denominações evangélicas. Não há nada de
material na fé! A fé está no campo do sobrenatural!
Quando lemos
o segundo livro de Reis no Cap. 18 no versículo 5, encontramos:” Ele (O rei Ezequias) tirou os altos, quebrou
as estátuas, deitou abaixo os bosques, e fez
em pedaços a serpente de metal que Moisés fizera; porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso, e
lhe chamaram Neustã”. Pasmem os leitores!
Os filhos de Israel haviam guardado aquele pedaço de metal por aproximadamente 900 anos e mais do que isso já estavam
tão familiarizados com aquele amuleto que haviam dado um nome a serpente, Neustã. Mas, Deus sempre levanta homens que despedaçam a idolatria, que queimam
e destroem todo resquício de uma fé ignóbil. Nessa presente era, é salutar
para Igreja do Senhor não permitir que o conceito
de fé seja subserviente a amuletos e talismãs, pois a fé nunca será.
Ainda
sobre os filhos de israel constituindo para si amuletos, não poderíamos
esquecer da Arca da Aliança; esse caixote de madeira que foi confeccionado sob
a orientação divina tinha como propósito representar a presença de Deus entre o
povo, porém eles fizeram da arca do testemunho um mero amuleto como quando a
usaram com a certeza de que venceriam os filisteus. Israel não compreendia que
o poder emanava de Deus e não de um caixote de madeira. Israel não entendia que
a arca era um tipo de Cristo, tudo na Lei apontava para Cristo, segundo o
escritor de Hebreus a lei era sombra dos
bens vindouros e não a imagem exata das
coisas (Hb 10.1); Cristo é a imagem
exata! É pitoresco quando encontramos em muitas igrejas réplicas da arca do
testemunho, pois a veneração a tais objetos vilipendiam diretamente a Palavra
do Senhor. Amuletos são muletas em
que os homens apoiam sua fé! Na maioria das vezes utensílios se tornam objetos de adoração e veneração. Para
muitos não basta ter a imagem exata é
necessário recorrer às sombras pálidas
do misticismo.
No
Livro de Isaías a Palavra de Deus, assevera: “Naquele dia tirará o SENHOR os
ornamentos dos pés, e as toucas, e adornos em forma de lua, os pendentes, e os
braceletes, as estolas, os gorros, e os ornamentos das pernas, e os cintos e as
caixinhas de perfume, e os brincos (NVI,
os talismãs e amuletos), os anéis, e
as joias do nariz, os vestidos de festa, e os mantos, e os xales, e as bolsas,
os espelhos, e o linho finíssimo, e os turbantes, e os véus (Is 3.18-23)”. O
mesmo Deus que ordenou que o povo de Israel tirasse do meio deles todas aquelas
coisas esdrúxulas exige hoje de nós uma postura semelhante: que possamos varrer
das nossas igrejas toda “esquisitice
santa”, toda “bizarrice sagrada”,
todo fogo estranho!
Podemos
elencar facilmente uma lista de amuletos
“evangélicos”: copo com água, sal grosso, sabonete ungido, caneta ungida, rosa
ungida, óleo de unção, água do rio Jordão, kipá, shofar, tallit, réplica da
arca da aliança, réplica do candelabro e etc... O meu povo perece por falta de
conhecimento (Os 4.6). É ignominioso, ultrajante ver líderes se fiando em
amuletos; se enganam e enganam a muitos. Quem se apoia em amuletos para ter um
relacionamento com Deus não passa de um paralítico espiritual; que já se
acostumou a viver escorado por muletas!
Uma
fé como essa é insana porque leva as pessoas a praticarem loucuras; também é
espúria porque é uma pseudo fé cristã. Tudo isso é água de cisternas rotas que contamina as igrejas como bem pontuou Emílio
Conde no Cap. 9 de sua obra: Igrejas sem brilho.¹ São as inovações das igrejas
contemporâneas que no afã de apresentar novidades ao povo rejeitam o Manancial de águas vivas e bebem das
cisternas rotas que emanam águas pútridas e mortíferas. Abiel Vandyson, jovem
músico cristão disse: “A fé em
Cristo é um fruto de uma relação íntima com Ele, ela é algo invisível e
sobrenatural, jamais deve ser
materializada em produtos de venda. Não se engane, não deposite sua fé em
amuletos.” (grifos meus).
Martinho
Lutero certa feita disse: “Qualquer ensinamento que não se enquadre nas
Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias.”
Sola Scriptura!
¹ CONDE, Emílio, Igrejas sem brilho, Rio de Janeiro, CPAD, p. 20.
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