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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

A resiliência de José



Gênesis 45.4 a 8: "Cheguem mais perto', disse José a seus irmãos. Quando eles se aproximaram, disse-lhes: 'Eu sou José, seu irmão, aquele que vocês venderam ao Egito! Agora, não se aflijam nem se recriminem por terem me vendido para cá, pois foi para salvar vidas que Deus me enviou adiante de vocês. Já houve dois anos de fome na terra, e nos próximos cinco anos não haverá cultivo nem colheita. Mas Deus me enviou à frente de vocês para lhes preservar um remanescente nesta terra e para salvar-lhes a vida com grande livramento. Assim, não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus. Ele me tornou ministro do faraó, e me fez administrador de todo o palácio e governador de todo o Egito." (Gênesis 45.4-8).

A fidelidade de José na Bíblia é um fato perceptível. Sua força moral e resiliência elevou-o a posição de herói da fé. Resiliência é a capacidade de não permitir que sua natureza seja alterada devido as pressões e infortúnios da vida. Resiliência é a competência de seguir em frente apesar das tragédias. O jovem José foi vendido como escravo ao Egito pelos seus irmãos. Em terra estranha, a esposa de Potifar, eunuco e general do exército do Egito, o acusou por um crime que não havia cometido. Como consequência, foi lançado em um cárcere. De escravo foi rebaixado a condição de preso.

Um jovem de caráter excepcional sendo trucidado pela maldade daqueles que o cercavam. Um escolhido de Deus sendo vítima da inveja, da mentira e das injustiças. Experimentou a dor da traição. Derramou lágrimas de sangue. Viu-se envolvido e sufocado pela solidão. Experimentou a agonia inquietante da saudade que teimosamente insistia em afligi-lo. Não era saudade dos que o traíram, mas daqueles que ele amava e por um infortúnio do destino foram abruptamente arrancados de sua proximidade. No Egito restava apenas a lembrança da imagem, do sorriso do seu pai Jacó. Chegou a pensar que nunca mais veria seu pai. Entretanto, a vida e o tempo se incumbiram de promover esse lindo encontro. Pai e filho se reencontraram depois de vários anos. Não foi apenas José que foi vítima da traição de seus irmãos, mas Jacó também foi vítima das mentiras que seus filhos lhe contaram. Queriam suavizar a triste realidade dos seus pecados com eufemismos malandros e baratos pintando um retrato totalmente desconexo da realidade. Mas as mentiras que contaram para Jacó, uma hora foram desmascaradas. A mentira é como um produto de supermercado: tem o seu prazo de validade. Uma hora chega o seu fim. Abraham Lincoln já dizia: “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo”. Aprendi que não precisamos procurar pela verdade. As mentiras desmoronam por si só. 


José não teve escolhas ao ser violentamente atingido pelas tragédias. Sua única opção foi seguir em frente. Apesar de vítima não se vitimou. Quando tudo a sua volta parecia prognosticar o pior cenário possível, caminhou pela fé na escuridão. Deus mudou a sua história fazendo com que o frágil e injustiçado filho de Jacó assumisse posições de grande honra. Seus sonho se tornou realidade. O sol, a lua e 11 estrelas se curvaram diante dele. A escuridão pela qual passou não foi capaz de apagar o seu brilho. Posso afirmar que um feixe de luz é sempre mais forte do que um compartimento inteiro envolto pelas densas trevas. Ele perdoa seus ofensores e se vê completamente livre de qualquer amarra do passado. O que ficou para trás, não faz mais parte da nova realidade de sua vida. A dor, a traição, a mentira, as injustiças apenas serviram para revelar a força do seu caráter. José permaneceu espiritualmente incólume diante de tudo isso. Ficou abatido, chorou, mas não se afastou de Deus. Pelo contrário, nos momentos mais difíceis de sua vida sentiu o amparo do Onipotente. A dor o sensibilizou de tal maneira que pode ser tocado pelo divino de uma forma nunca antes imaginada. Sua alma estava sensível. O passado de José contribuiu para forjar o seu caráter levando-o a ser quem de fato ele se tornou.

Nos versículos bíblicos acima, José não olha para o seu passado com revanchismo, mágoa, vingança, mas entende que tudo foi permissão de Deus. José demonstra preocupação com aqueles que o traíram dizendo que eles não deveriam se afligirem ou se recriminarem. O que passou, passou. Até os que traem e agem com torpeza precisam se perdoarem e darem a si o benefício da reconstrução. O nosso Deus é o Deus de todos, é o Deus do ofensor e do ofendido, do traidor e do traído. Todos são alvos de sua infinita misericórdia. Todavia, o perdão de Deus apaga o passado mas não anula a lei espiritual da semeadura. O que plantamos vamos colher: isso é fato consumado. Só que José não fica vidrado nas consequências penosas que seus irmãos estavam enfrentando. Está totalmente liberto de qualquer sentimento apequenado e negativo. Deseja que seus irmãos se sintam perdoados tal como ele de fato os perdoou. Tudo tinha sido permissão de Deus. Em Gênesis 50.20 diz aos seus irmãos: “Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em bem”. O nosso Deus possui a abissal capacidade de transformar tragédias e obstáculos em veredas para coroação. Não importa o que fizeram contigo, a questão é o que você faz com o que fizeram contigo. E mais importante ainda é que Deus é capaz de fazer com o que fizeram com você. O injustiçado José tornou-se o Governador do Egito, o homem mais poderoso abaixo de Faraó. José deixou o passado de lado porque seus olhos contemplaram o futuro de glória que Deus havia preparado para ele. Porque gosto tanto dessa história? Deus sabe o porquê... aliás, ele sabe todos os porquês... Aprendi que não temos respostas para todas as perguntas, mas teremos sempre o consolo e o renovo de Deus para todos os momentos.

                                                          
                                                                  Pr. Israel Trota

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