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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

OS MAGOS NÃO ESTAVAM NO NASCIMENTO DE JESUS


Embora o Natal tenha passado, há uma curiosidade que merece a nossa atenção. Tornou-se comum ver nos presépios a presença dos três magos, José e Maria na estrebaria junto a berço de palha no qual o nosso Salvador Jesus nasceu. Mas seria correto à luz da Bíblia supor que os magos estiveram na presença de Jesus quando este era recém-nascido, um infante na manjedoura? Não. A Bíblia traz alguns pormenores que são dignos de nota.

Primeiro, o único relato bíblico que ocorre a figura dos magos é no Evangelho segundo escreveu Mateus (Cap 2. v. 1 ao 12).

Segundo, não é possível afirmar com precisão o número de magos que se apresentaram diante de Jesus, supõe-se que seja três por causa dos três presentes (ouro, incenso e mirra) que foram oferecidos ao menino Jesus.

Terceiro, a palavra mago traz a ideia de astrólogos ou sábios do zoroastrismo da Pérsia e não reis como a tradição da igreja quis patentear como história fidedigna.

Quarto, o texto de Mateus se inicia afirmando que os magos vieram do Oriente para Jerusalém. Embora, afirme que eles rumaram para Belém, cidade do nascimento do Salvador, não deixa claro se foi em Belém que acharam o menino Jesus.    

Quinto, o versículo 7 revela que Herodes “inquiriu com precisão quanto ao tempo em que a estrela aparecera”, esse versículo é o ponto nevrálgico que descortina a cronologia dos fatos, mais adiante veremos a importância desse versículo para compreendermos quando foi que os magos visitaram Jesus.

Sexto, o versículo 11 assevera: “entrando na casa”, o versículo não diz “entrando no estábulo ou na estrebaria”, mas diz “entrando na casa” nessa ocasião José e Maria já estavam instalados em uma casa o que indica que muito provavelmente já haviam voltado a Nazaré ou que haviam fixado domicílio na cidade de Belém por um tempo indeterminado. Quanto a isso nos limitamos à seara das especulações; realidade que não anula a proposição supracitada que afirma que estavam em um casa e não em uma cocheira.

Sétimo, a oferta que Jesus recebe: ouro, incenso e mirra que tipifica o seu ministério triplo, Rei, Sacerdote e Profeta, revela que a partir daquele momento a situação financeira de José e Maria melhoraram consideravelmente e que se houvessem sido ofertadas no ato do nascimento de Jesus culminaria em uma oferta mais abastada na ocasião que Maria e José apresentaram Jesus no templo, pois os mesmos ofereceram a oferta mais pobre que alguém poderia oferecer, a saber, um par de rolinhas ou dois pombinhos. É uma conjectura factível.

Oitavo, o relato de Lucas introduz os pastores do campo no estábulo diante do cocho onde estava o infante Jesus e ignora completamente a possibilidade da presença de magos do oriente naquele local. Sendo assim, os presépios que preservam a história bíblica não trocam os pastores do campo pelos magos do Oriente, mas conserva a humilde receptividade dos pastores do campo que reconheceram o senhorio do menino Cristo Jesus.

Nono, o versículo 16 nos manifesta a pérfida intensão do rei Herodes que era matar o menino Jesus e de forma detalhada revela a data fixada para o infanticídio, de dois anos para baixo todos as crianças do sexo masculino deveriam morrer para cumprir com o cruel e atroz decreto de Herodes; mas o versículo continua “conforme o tempo do qual com precisão se informara com os magos” descortinando-nos que ao inquirir os magos, Herodes não o fez por acaso, mas já tinha tramado, conspirado para matar o menino Jesus que nessa época já tinha a idade de aproximadamente 2 anos e que por este motivo fixara a data da matança de 2 anos para baixo. 

Décimo, o decreto de Herodes incluía Belém, mas também os seus arredores; Herodes queria se certificar que onde quer que estivesse Jesus sua morte seria certa, todavia, Deus providenciava a fuga de José, Maria e Jesus para o Egito, como eles sobreviveriam por lá? Ouro, incenso e mirra eram presentes suficientes para sustentarem a família do Salvador do Mundo. Do começo ao fim, a mão de Deus esteve presente no curso da história para cumprir com os seus propósitos e desígnios eternos e não seria diferente ao ver seu Filho encarnado, do decreto de Caio Otávio à fuga para o Egito, Deus cumpria sua palavra imutável e eterna.  (vide Mq 5. 2 e Os 11.1).

Pra que não fique somente nas minhas assertivas, vejamos o comentário Esperança do Cap. 2 e do versículo do 2 do Evangelho de Mateus.

A tradução usual “o recém-nascido rei” dá ocasião para enganos, pois induz sempre de novo à suposição de que a história dos “magos” teria acontecido imediatamente após o nascimento de Jesus. Há, no entanto, um decurso de tempo de um a dois anos entre a história de Belém e a “adoração dos magos”. No v. 16 lemos: “Mandou matar todos os meninos […] de dois anos para baixo…” Além disso, Maria não vivia mais com o menino Jesus naquela estrebaria do Natal, à qual chegaram apressadamente os pastores, mas tinha encontrado um abrigo numa casa depois que as multidões afluídas a Belém por causa do “recenseamento” haviam retornado para suas terras. O v. 11 fala expressamente de uma casa em que se encontrava o menino Jesus. – Todos os desenhos que retratam os magos numa estrebaria não são biblicamente corretos.¹


¹ RIENECKER, Fritz, Comentário Esperança, Evangelho de Mateus, 1ª edição, São Paulo, Editora Evangélica Esperança, 1998, pág 23.  

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