A necessidade premente de um avivamento
A
|
expressão avivamento tem
a conotação de avivar, avivar do hebraico é hayah
que significa vivificar, sarar, renovar, ressuscitar, renascer, conservar. ¹
Todos os avivamentos nos anais da história foram antecedidos por períodos de extrema
e aguda apostasia. Se folhearmos as páginas veterotestamentárias² da Bíblia Sagrada
concluiremos esta verdade. O Livro de Juízes, mormente, está de capa a capa
evidenciando que logo após um período de avassaladora apostasia, Deus suscitava
um Juiz que reconduzia o povo ao reavivamento. A história dos juízes de Israel
foi marcada por um círculo vicioso, vejamos: OPRESSÃO – SUSCITAMENTO DE UM JUIZ
– REAVIVAMENTO – MORTE DO JUIZ – APOSTASIA – OPRESSÃO...
N
|
a ocasião da divisão do reino de Israel (reino do Sul – Judá
e Benjamim e reino do norte- dez tribos) houve algumas ocorrências de
avivamentos no Reino do Sul em Judá. Dois reis se destacaram nas reformas
promovidas, Ezequias e Josias, ambos buscaram diligentemente fazer o que era
reto aos olhos de Deus. Delineando a temática proposta deduziremos que o
avivamento é sobretudo, um ato sinérgico,
isto significa dizer que o avivamento é um ato que se concretiza na efetiva cooperação entre Deus e o homem. É
importante destacar que o avivamento é um fenômeno gerado na terra, mas originalmente concebido no céu. O homem em sua estrutura frágil e débil e em sua
natureza pecaminosa não é capaz ou habilitado para iniciar por si próprio um
avivamento por mais regional que este o seja. Todos o avivamentos em todas as
eras, épocas e gerações foram provocados
por uma ação divina. Quando John
Knox orou: dai-me almas Senhor, senão morro”, ele não orou com pungente amor
pelas almas porque emanava do seu próprio coração, não prezados leitores! Ele orou desta forma porque o Espírito
Santo o compungia a orar assim, naquele mesmo tempo o avivamento varreria
toda a Escócia.
É
|
de se notar que um avivamento jamais será desencadeado
exclusivamente por uma atitude humana, embora o homem coopere para que tal fenômeno
deflagre. Levando em conta estas verdades incontestes, de que maneira o homem
pode contribuir para que um avivamento aconteça? Todos os relatos concernentes
a avivamentos mostram indubitavelmente a presença de dois elementos que incidem sobre tais acontecimentos. Em primeiro
instância, a oração tem a
primazia que lhe é devida. Todas as reformas espirituais registradas na
história têm como marca e marco a oração. Nunca houve um
avivamento que não começasse diante dos joelhos dobrados e das mãos estendidas
aos céus; e podemos afirmar peremptoriamente que jamais haverá outro, se antes
não nos movermos em uma oração incessante,
ininterrupta e importuna. Quando a oração não é mais o ofício do cristão, urge a necessidade de um avivamento; Martinho
Lutero, o Pai da Reforma, disse: “O Cristão deve orar assim como o sapateiro
faz sapatos e o costureiro faz ternos; a
oração é o ofício do cristão” (grifos meus) ³. Em Atos dos Apóstolos no
cap. 12 no versículo 5, registra a intensa oração da igreja para que Pedro
fosse liberto das mãos de Herodes. O termo que se refere a oração nessa
perícope bíblica do grego é ektenēs4
que expressa a ideia de oração contínua, incansável; o curioso é que a palavra
grega usada no texto do Evangelho de Lucas no Cap. 22 no versículo 44 é a forma
neutra comparativa com ektenēs. Jesus no jardim do Getsêmani legou o estilo de
oração para a igreja primitiva; uma oração que é movida por uma sede
inesgotável e incontrolável de estar aos pés do Senhor. Sem essa oração, não
haverá avivamento!
E
|
m segunda instância, todos
os avivamentos revelaram o regresso às doutrinas basilares da fé cristã, as
pregações são cristocêntricas e evangelísticas; prega-se sobre o céu, mas também prega-se sobre o inferno. Não há
espaço nos púlpitos para interpretações bíblicas bizarras e vergonhosas, mas a
Palavra de Deus é anunciada, a kerigma5
(significando proclamação)
de Deus é declamada na sua integralidade, sem acréscimos e sem
supressão. Todos os avivamentos mostraram para os homens que “o homem não
precisa saber quem é o homem; o homem necessita saber quem é Deus”! E para o
homem saber quem é Deus é preciso conhecer a pessoa de Jesus. Não houve, não há e jamais haverá
avivamento sem Palavra e que apresente Jesus como o centro das Escrituras. Todas
as reformas espirituais despertaram na igreja a gana, a avidez pelo Livro
Sagrado e suas páginas sacrossantas. Sem Palavra não há vida, os ossos secam,
a pele se torna frígida, a carne entra em estado de putrefação e as bactérias
consomem o resto. Bebamos do antídoto da Palavra! Quando a Palavra é esquecida é porque a morte
impera. D M Panton, um pastor britânico disse: “O avivamento é o Espírito Santo enchendo um corpo prestes a se tornar
um cadáver” (grifos meus). Vivemos
dias de mortos-vivos que perambulam
pelos templos, pelas nossas reuniões congregacionais; estão mortos para a Palavra; estão mortos para a mensagem do Evangelho;
estão mortos para a pregação
Cristocêntrica, mas estão vivos para
o pecado, para o mundo e para as suas concupiscências. Sola Scriptura!
P
|
or fim, vale elencar alguns dos resultados, das
consequências e dos efeitos de um avivamento. Primeiro, há uma grande colheita de almas quando um avivamento se
eclode no seio da igreja, conversões em
massa acontecem, pecadores reconhecem que são depravados totalmente e que
dependem única e exclusivamente da graça de Deus; e tais acontecimentos são
marcados pela angústia, pela tristeza e pela aguda dor nos corações dos
afetados por tal avivamento, pois reconhecem o seu estado deplorável e decaído. Segundo, o avivamento é tão influente
quando irrompe que influencia todos os estratos de uma sociedade, como
aconteceu no País de Gales nos dias de John Elias e Evan Roberts. A moral é
elevada, os bons costumes são evidenciados e a sociedade sente o impacto do sopro de Deus. Terceiro, o batismo de
santidade torna-se uma necessidade urgente. Há uma busca pela separação do
pecado, flores de lótus renascem no lodo
pútrido do pântano chamado mundo. Duncan Campbell, um pregador avivalista
escocês do século XX, declamou: “A necessidade mais premente de nossos dias é
de um batismo de santidade, uma demonstração de um viver santo”. Qualquer
movimento que não apresente estes resultados não passa de um mero movimento
orquestrado pelo homem no qual o Espírito Santo não opera.
Ó Espírito Santo venha sobre a igreja;
Com poder, com o fogo santo que inflama;
Que arde, que põe em chamas todas as nossas
Impurezas, pecados e iniquidades.
Incendeie as pregações, inflame os corações
E arrebate as almas do abismo do inferno.
Ó Santo Espírito nos queime com o fogo de um avivamento.
0 comentários :
Postar um comentário