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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

A necessidade premente de um avivamento




A

expressão avivamento tem a conotação de avivar, avivar do hebraico é hayah que significa vivificar, sarar, renovar, ressuscitar, renascer, conservar. ¹ Todos os avivamentos nos anais da história foram antecedidos por períodos de extrema e aguda apostasia. Se folhearmos as páginas veterotestamentárias² da Bíblia Sagrada concluiremos esta verdade. O Livro de Juízes, mormente, está de capa a capa evidenciando que logo após um período de avassaladora apostasia, Deus suscitava um Juiz que reconduzia o povo ao reavivamento. A história dos juízes de Israel foi marcada por um círculo vicioso, vejamos: OPRESSÃO – SUSCITAMENTO DE UM JUIZ – REAVIVAMENTO – MORTE DO JUIZ – APOSTASIA – OPRESSÃO...

N
a ocasião da divisão do reino de Israel (reino do Sul – Judá e Benjamim e reino do norte- dez tribos) houve algumas ocorrências de avivamentos no Reino do Sul em Judá. Dois reis se destacaram nas reformas promovidas, Ezequias e Josias, ambos buscaram diligentemente fazer o que era reto aos olhos de Deus. Delineando a temática proposta deduziremos que o avivamento é sobretudo, um ato sinérgico, isto significa dizer que o avivamento é um ato que se concretiza na efetiva cooperação entre Deus e o homem. É importante destacar que o avivamento é um fenômeno gerado na terra, mas originalmente concebido no céu. O homem em sua estrutura frágil e débil e em sua natureza pecaminosa não é capaz ou habilitado para iniciar por si próprio um avivamento por mais regional que este o seja. Todos o avivamentos em todas as eras, épocas e gerações foram provocados por uma ação divina. Quando John Knox orou: dai-me almas Senhor, senão morro”, ele não orou com pungente amor pelas almas porque emanava do seu próprio coração, não prezados leitores! Ele orou desta forma porque o Espírito Santo o compungia a orar assim, naquele mesmo tempo o avivamento varreria toda a Escócia.

É
de se notar que um avivamento jamais será desencadeado exclusivamente por uma atitude humana, embora o homem coopere para que tal fenômeno deflagre. Levando em conta estas verdades incontestes, de que maneira o homem pode contribuir para que um avivamento aconteça? Todos os relatos concernentes a avivamentos mostram indubitavelmente a presença de dois elementos que incidem sobre tais acontecimentos. Em primeiro instância, a oração tem a primazia que lhe é devida. Todas as reformas espirituais registradas na história têm como marca e marco a oração. Nunca houve um avivamento que não começasse diante dos joelhos dobrados e das mãos estendidas aos céus; e podemos afirmar peremptoriamente que jamais haverá outro, se antes não nos movermos em uma oração incessante, ininterrupta e importuna. Quando a oração não é mais o ofício do cristão, urge a necessidade de um avivamento; Martinho Lutero, o Pai da Reforma, disse: “O Cristão deve orar assim como o sapateiro faz sapatos e o costureiro faz ternos; a oração é o ofício do cristão” (grifos meus) ³. Em Atos dos Apóstolos no cap. 12 no versículo 5, registra a intensa oração da igreja para que Pedro fosse liberto das mãos de Herodes. O termo que se refere a oração nessa perícope bíblica do grego é ektenēs4 que expressa a ideia de oração contínua, incansável; o curioso é que a palavra grega usada no texto do Evangelho de Lucas no Cap. 22 no versículo 44 é a forma neutra comparativa com ektenēs. Jesus no jardim do Getsêmani legou o estilo de oração para a igreja primitiva; uma oração que é movida por uma sede inesgotável e incontrolável de estar aos pés do Senhor. Sem essa oração, não haverá avivamento!

E
m segunda instância, todos os avivamentos revelaram o regresso às doutrinas basilares da fé cristã, as pregações são cristocêntricas e evangelísticas; prega-se sobre o céu, mas também prega-se sobre o inferno. Não há espaço nos púlpitos para interpretações bíblicas bizarras e vergonhosas, mas a Palavra de Deus é anunciada, a kerigma5 (significando proclamação) de Deus é declamada na sua integralidade, sem acréscimos e sem supressão. Todos os avivamentos mostraram para os homens que “o homem não precisa saber quem é o homem; o homem necessita saber quem é Deus”! E para o homem saber quem é Deus é preciso conhecer a pessoa de Jesus. Não houve, não há e jamais haverá avivamento sem Palavra e que apresente Jesus como o centro das Escrituras. Todas as reformas espirituais despertaram na igreja a gana, a avidez pelo Livro Sagrado e suas páginas sacrossantas. Sem Palavra não há vida, os ossos secam, a pele se torna frígida, a carne entra em estado de putrefação e as bactérias consomem o resto. Bebamos do antídoto da Palavra!  Quando a Palavra é esquecida é porque a morte impera. D M Panton, um pastor britânico disse: “O avivamento é o Espírito Santo enchendo um corpo prestes a se tornar um cadáver” (grifos meus). Vivemos dias de mortos-vivos que perambulam pelos templos, pelas nossas reuniões congregacionais; estão mortos para a Palavra; estão mortos para a mensagem do Evangelho; estão mortos para a pregação Cristocêntrica, mas estão vivos para o pecado, para o mundo e para as suas concupiscências. Sola Scriptura!

P
or fim, vale elencar alguns dos resultados, das consequências e dos efeitos de um avivamento. Primeiro, há uma grande colheita de almas quando um avivamento se eclode no seio da igreja, conversões em massa acontecem, pecadores reconhecem que são depravados totalmente e que dependem única e exclusivamente da graça de Deus; e tais acontecimentos são marcados pela angústia, pela tristeza e pela aguda dor nos corações dos afetados por tal avivamento, pois reconhecem o seu estado deplorável e decaído. Segundo, o avivamento é tão influente quando irrompe que influencia todos os estratos de uma sociedade, como aconteceu no País de Gales nos dias de John Elias e Evan Roberts. A moral é elevada, os bons costumes são evidenciados e a sociedade sente o impacto do sopro de Deus. Terceiro, o batismo de santidade torna-se uma necessidade urgente. Há uma busca pela separação do pecado, flores de lótus renascem no lodo pútrido do pântano chamado mundo. Duncan Campbell, um pregador avivalista escocês do século XX, declamou: “A necessidade mais premente de nossos dias é de um batismo de santidade, uma demonstração de um viver santo”. Qualquer movimento que não apresente estes resultados não passa de um mero movimento orquestrado pelo homem no qual o Espírito Santo não opera.

Ó Espírito Santo venha sobre a igreja;
Com poder, com o fogo santo que inflama;
Que arde, que põe em chamas todas as nossas
Impurezas, pecados e iniquidades.
Incendeie as pregações, inflame os corações
E arrebate as almas do abismo do inferno.
Ó Santo Espírito nos queime com o fogo de um avivamento.

1 Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, 4ª edição, Rio de Janeiro, CPAD, 2015, p. 1635, nota 2421, Dicionário do Velho Testamento.

2 Veterotestamentário significa < relativo ao Velho Testamento >


³ Enciclopédia do Protestantismo, 1ª edição, São Paulo, Editora Hagnos, setembro de 2016, pág. 1316.


4 Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, 4ª edição, Rio de Janeiro, CPAD, 2015, pág. 2179, nota 1618, Dicionário do Velho Testamento.


5 Bíblia de Estudo Palavra Chave Hebraico e Grego, 4ª edição, Rio de Janeiro, CPAD, 2015, pág. 2265, nota 2782, Dicionário do Novo Testamento.
 


  

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