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terça-feira, 27 de junho de 2017

Amalgamados pela morte




A morte é um fenômeno aterrorizante e aliviador ao mesmo tempo, mas isso se mostra especialmente de forma subjetiva nas experiências humanas. A morte admiravelmente une as pessoas em resistentes cordéis. Em um cenário tétrico e lúgubre ao redor do esquife se reúnem pessoas de todas as crenças, ideologias e convicções. Diante do de cujus não há debates acalorados, agressões verbais ou xingamentos, todos, possuem uma áurea de civilização. Há aqueles que extrapolam nas piadinhas, nos contos e nas risadas, enquanto bebem um "café esperto" , mas nada que desonre a dignidade do falecido; tão logo se entoa uma música ou se achega mais um familiar enlutado; eles se voltam à consternação própria de um Ser Humano.  

A morte, portanto, une os homens, muitas vezes, mais do que a vida. A morte une irmãos que não se viam há muito tempo; pais divorciados, parentes residentes em longínquas cidades e países, primos que nem sequer se conheciam pessoalmente. A morte une toda vida em torno dela. A morte une as vítimas que se foram e as que ficaram. A morte une católicos, protestantes, judeus, budistas, islamistas; portanto, ela tem uma face ecumênica. A morte une esquerdistas e os de direita. Une capitalistas e socialistas. Une rico, pobre e paupérrimo. Une negro, branco, asiático, pardo e indígena. A morte uniu impérios e ainda une países, nações e povos.  

É comum encararmos a morte apenas como a responsável pela separação da alma do corpo; mas não podemos eclipsar a verdade de que a mesma traz união no momento de dor e perda irreparável. A morte, sem dúvida, é algo horrível e desesperador na perspectiva humana, seja ela trágica, prematura e repentina ou prevista por complicações oriundas de doenças. Contudo, é o fim de todos os homens. É um destino inescavel e inadiável. Em volta do féretro pessoas que não se reuniriam em um determinado ambiente com determinadas pessoas são "coagidas" a se reunirem para contemplarem o futuro "sombrio" e opaco. 

Entretanto, a morte para aqueles que conhecem o Deus da vida é apenas o passaporte para uma vida eterna de sublimação e alegrias inefáveis. Somente a vida, vida eterna unirá os salvos à presença gloriosa e magnífica do Senhor. Lá não haverá morte. Lá não haverá dor, nem sofrimento (Ap 21.40) .Porque para sempre estaremos diante do Doador de Toda a Vida e os nossos corpos corruptíveis e mortais estarão revestidos por uma incorruptibilidade e imortalidadeJustino Mártir(100-165 d.C.) embora não descartasse por completo a filosofia grega divergia consideravelmente dos filósofos ao afirmar contundentemente que o centro da esperança cristã não era a imortalidade da alma, mais algo mais sublime, a ressureição do corpo. Quando tombarmos e sucumbirmos nesta terra, nos acharemos brevemente em corpos glorificados (Fl 3.20,21). 

1 Coríntios 15:54 - E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. 

Por Esdras Moreira Machado


 
  

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