A Voz de Cristo dissipa todo silêncio
O período intertestamentário também conhecido como “Os Anos Silenciosos”
cobriu um espaço de 400 anos nos anais da história do Crescente Fértil mais
precisamente da região chamada Palestina. Nesses anos sombrios e taciturnos não
houve ninguém intrépido suficientemente para declamar a sentença: Assim diz o
Senhor como vociferaram Moisés, Elias, Isaías, Jeremias, Ezequiel e tantos
outros profetas ou quem fizesse uso da fórmula “Veio a mim a Palavra do Senhor
e disse”. Não havia ninguém. Ninguém se manifestava como porta-voz dos oráculos
divinos. Quão silentes foram estes anos! Oh quão distantes estavam da voz alta de
Deus no Sinai; oxalá! se ao menos pudessem ouvir o som dos trovões e relâmpagos
e o sonido de buzinas! Mas, não havia nada, nem ruídos, nem bulícios, nem ao
menos murmúrios. A única voz que se ouvia era a voz do homem vazia e desprovida
da voz de Deus.
Com efeito, o silêncio perturbador fazia parte da consequente sanção de
Deus com o povo judeu que havia rejeitado, desprezado e zombado dos seus profetas
(1 Cr 36.16). A situação parecia irremediável. O silêncio triunfava e com ele
as trevas da ignorância. Os poderosos desta terra se mantinham incólumes frente
às suas impiedosas investidas e de seus terríveis e pérfidos atos. Não havia
uma voz profética que os condenassem; que incomodassem suas consciências
levianas. Diziam eles: deixe estar como está! A classe sacerdotal permanecia na
religiosidade fria e na hipocrisia descarada; mas também não houve quem falasse
em nome de Deus contra os seus vícios e mazelas.
Entretanto, Deus resolveu romper o silêncio que perdurava por
aproximadamente 4 séculos. O evangelista Lucas narra que estando alguns
pastores no campo durante as vigílias da noite guardando seus rebanhos foram
surpreendidos por um anjo do Senhor e a glória do Senhor os cercou de
resplendor e tendo eles grande temor foram-lhes anunciado o nascimento do
Salvador. Ademais, naquele mesmo instante apareceu um anjo e uma multidão dos exércitos
celestiais, louvando a Deus e dizendo:
“Glória a
Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc 2.14).
Uma multidão do exército celestial iniciou o rompimento de todo o
silêncio até então continuado. Miríades de anjos louvavam a Deus rompendo o
silêncio da noite. Mas havia ainda uma voz mensageira antes que de fato o Verbo
falasse. João Batista se mostraria um ávido e eficiente arauto do Rei que
estava por chegar. João Batista “a voz que clama no deserto e endireita os caminhos
escabrosos” vociferava as verdades de Deus rompendo gradualmente com o silêncio
do Período Negro. A voz profética em João Batista pregava o reino dos céus e o
arrependimento para o ingresso no mesmo. O silêncio perdia o espaço pouco a
pouco para a voz do excêntrico profeta que oraculizava no deserto da Judeia.
Contudo, o silêncio só seria totalmente suplantado quando a Voz se
manifestasse e a obscuridade só seria completamente sobrepujada quando a Luz
resplandecesse.
“O povo que
estava assentado em trevas viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na
região e sombra da morte a luz raiou. Desde então, começou Jesus a pregar e a
dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus. (Mt 4.16-17).
A Voz poderosa de Jesus ecoa nos arredores da Galileia; nas margens do
lago de Genesaré; nas ruas e vielas de Cafarnaum; no cemitério de Gadara; nos
logradouros de Betsaida e Corazim; nos becos da Betânia de Lázaro, Marta e
Maria; nos assentos de Jericó; nas avenidas de Jerusalém; sua Voz se faz ouvir
às multidões, mas igualmente a apenas uma mulher samaritana no poço de Jacó; a
milhares de pessoas, mas de igual modo somente a Nicodemos. Sua Voz paralisa o
mais vil e violento pecador. Sua Voz encontra os recônditos da alma, os
labirintos do ser humano. Sua Voz expõe as mazelas da casta sacerdotal; a
hipocrisia dos fariseus; a altivez e a pseudosabedoria dos saduceus; a
egoística motivação dos zelotes e a vileza dos demais religiosos.
Enquanto alguns traziam apenas reminiscências da revelação de Deus no
Horebe que fora mediada pelo legislador Moisés descritas na Torá; outros, se
apercebiam que agora diante deles estava a Voz do próprio Deus. Não era mais
necessário esperar no sopé do monte; doravante poderiam subir a montanha e
ouvir o Criador, inclusive da montanha da qual fazia o seu púlpito e o trono de
Deus na terra. E foi do Gólgota; do Monte da Caveira que bradou para o mundo a
fim de testificar que sua obra havia sido finalizada: Está Consumado!
Todavia, há nesse evento um triste paradoxo. Cristo rompeu
definitivamente com o silêncio, mas os judeus se fizeram moucos à Voz de Jesus.
Quando o Deus encarnado abriu a boca muitos preferiram a surdez à Voz divina;
preferiram a comichão nos ouvidos à Voz estrondosa e libertadora do Filho do
Homem. Igualmente muitos preferiram as trevas à Luz resplandecente de Cristo;
preferiram a caligem à luminosidade refulgente do Senhor. Destarte, tanto a Voz
e a Luz de Cristo se reservaram às suas ovelhas (Jo 1.5; 10.27). Embora, no
Grande Dia a voz de Cristo será ouvida pelos filhos da impiedade como a voz espantosa
e assustadora do Juiz de Toda a Terra (At 17.30-31, Mt 25. 31-32). Parafraseando
Agostinho: Cristo rompeu o silêncio e a nossa surdez com seu grito de amor no
Calvário.
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